Por que anunciar o Evangelho?
Bem sabeis, irmãos, que não foi inútil o nosso encontro convosco.
Sabeis que sofremos e fomos insultados em Filipos. Decidimos, contudo, confiados em nosso Deus, anunciar de vocês o evangelho de Deus, no meio de grandes lutas. Pois a nossa exortação nada tem de intenções enganosas, de motivos espúrios nem de astúcias. Uma vez que Deus nos achou dignos de confiar-vos o evangelho, não para agradar aos homens, mas a Deus, que perscruta o nosso coração.
O anúncio cristão, para ser autêntico, exige da parte dos mensageiros condições e comportamentos adequados. O apóstolo Paulo apresenta as intenções e atitudes inerentes à missão, em 1Ts.2,1-12.
Dentro da nossa perspectiva, podemos fixar a nossa atenção sobre os primeiros elementos que o texto apresenta (1Ts.2,1-4).
Antes de mais nada, no pano de fundo, está evidente a importância do encontro (não foi inútil) entre os missionários e a comunidade, qualificado por relações fraternas (irmãos).O texto deixa claro que não é possível esquecer que esta é a condição fundamental que "faz nascer a comunidade cristã" (cfr.1,9-10).
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pelo contrário, na maioria das vezes isso comporta uma série de dificuldades. Naturalmente, estas existem em qualquer lugar, mas na atividade apostólica elas existem sempre. Desde a fundação da primeira comunidade cristã na Macedônia, Paulo e seus companheiros "sofreram" e "foram insultados" em Filipos (cf. At.16,16-20). No entanto, nenhuma dificuldade impede o caminho dos missionários. Podemos perguntar : "Onde eles encontram o impulso, a ousadia e, ao mesmo tempo, a "segurança" para continuarem nesta árdua e difícil tarefa de anunciar o Evangelho de Deus?"(2,2).
"Encontramos a segurança em nosso Deus", afirma Paulo sem hesitações! Este é, de fato, o ponto de referência fundamental de todo missionário para poder proclamar o Evangelho que funda comunidades fraternas "no meio de grandes lutas".
Em outros termos, temos aqui duas atitudes necessárias para o bom desempenho da missão: em primeiro lugar, é preciso ter consciência de ser enviado por Deus, e em segundo lugar, é necessário ter coragem de crer na própria missão, pois esta coragem está alicerçada na certeza da presença e da ação divina que acompanha os missionários. É preciso constatar que nem ontem nem hoje, nenhum "marketeiro" pago para realizar esta tarefa poderia encontrar tamanha coragem e força!
Logo em seguida (2,3-4), Paulo sintetiza a atividade missionária usando a expressão "nossa exortação". Trata-se, ao mesmo tempo, da proclamação do Evangelho e das exigências éticas que daí decorrem. Os motivos que estão na base de toda pregação devem ser simples e diretos, sem artifícios nem segundas intenções. A "exortação apostólica" é qualificada negativamente: "nada tem de intenções enganosas" nem "de motivos espúrios", ou seja, de "astúcias" (2,3).
A partir disso, o texto deixa claro que a pregação do Evangelho não pode ser identificada com nenhuma "nova doutrina", com a finalidade de arrebanhar novos fregueses, oferecendo-lhes vantagens; não pode também fazer concessões para ter uma acolhida mais agradável junto aos destinatários; nem pode usar de todo tipo de habilidades e truques para capturar a atenção dos ouvintes.
Não! O anúncio cristão não é uma imposição, mas uma proposta de vida que deve sempre deixar a pessoa livre para aderir ou não.
Finalmente, encontramos o motivo fundamental que revela as intenções da proclamação do Evangelho: "não para agradar os homens, mas a Deus que perscruta o nosso coração" (2,4) As dificuldades e os sofrimentos dos mensageiros do Evangelho de Deus, de certa forma, tornam-se uma garantia da autenticidade do anúncio cristão, pois exatamente neste sentido os missionários levam adiante a mesma missão de Jesus. De fato, se Jesus tivesse vindo para agradar a todos, não teria sido crucificado..
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Palavra